Moia quer mobilidade urbana mais acessível

2018
06-08-2018

Democratizar a mobilidade: eis o grande objetivo do Grupo Volkswagen ao criar a Moia, que se assume como a 13.ª marca do grupo germânico – a par de companhias históricas como a própria Volkswagen ou a Audi. Será através dela que o grupo irá abordar o novo paradigma de mobilidade sustentada e partilhada nas grandes urbes. Embora tenha o automóvel como ponto de partida, o foco da Moia não é o mesmo das restantes marcas do Grupo Volkswagen. Ao invés, esta companhia, nascida em 2016, pretende adaptar-se aos novos estilos de mobilidade nas grandes cidades, inserindo-se num ambiente de conectividade em que todos podem beneficiar de uma forma de deslocação a um custo acessível e sem grandes complicações. Para o gigante automóvel alemão, a Moia deve atender à mudança nos interesses das novas gerações em termos de propriedade automóvel, procurando ao mesmo tempo obter soluções diversificadas que promovam uma maior sustentabilidade ambiental e democratização dos seus serviços. Daí, a especialização nas áreas de car sharing (carros partilhados) e de ride-sharing (transporte público a baixo custo). Uma combinação que nasce, igualmente, da intenção de manter as marcas do Grupo Volkswagen no "radar" dos clientes, mesmo daqueles que deixarão de ter carro próprio nos moldes atuais. Matthias Müller, CEO do grupo, afirma-o abertamente: "Mesmo que nem todos venham a ter carro próprio no futuro, a Moia vai ajudar a fazer que toda a gente continue a ser cliente da nossa companhia de uma forma ou de outra", adiantou aquando da apresentação da sua nova marca. Fundamental é a noção de que esta faceta de mobilidade deve estar associada a um baixo impacto ambiental, assentando as suas premissas na eletrificação, partilha e conectividade, com a certeza de que estas três vertentes terão um pendor cada vez mais forte na indústria da mobilidade do futuro e, também, nas cidades "inteligentes". Aliás, o grupo já confirmou que todos os seus serviços de veículos partilhados serão feitos com elétricos. Autónomos como certeza Para a implementação a "fundo" destes novos modelos de partilha, a tecnologia de condução autónoma tenderá a ser determinante. Uma vez eliminado o custo e a dependência de um motorista, um veículo autónomo pode efetuar o serviço de mobilidade de maneira eficaz, estando sempre conectado aos demais veículos e infraestruturas, de forma a evitar congestionamentos e ineficiências. Por enquanto, como aponta Ricardo Tomaz, diretor de marketing e de comunicação da SIVA, são as questões de ética e de regulamentação tecnológica que vão estabelecendo maiores constrangimentos à condução autónoma, mas o futuro irá passar por aqui, "ajudando fortemente à mobilidade partilhada". Retirar carros das cidades A meta traçada pela Moia é ambiciosa: reduzir o número de carros nas grandes cidades num valor até um milhão das grandes metrópoles europeias e americanas em 2025. Atingir este objetivo não será imediato, mas os passos nesse sentido começam a ser dados com o desenvolvimento de novas tecnologias e aplicações práticas em veículos: o primeiro resultado palpável é o Moia Concept (apresentado na TechCrunch de Berlim em dezembro). Tendo por base uma Transporter T6, quase tudo foi alterado para uma abordagem de transporte partilhado. Desde logo o motor, que passou a ser elétrico com autonomia para 300 quilómetros (no ciclo mais realista WLTP) e com possibilidade de carga de 80% da bateria em apenas 30 minutos. A bordo, os seis lugares individuais permitem ligações wi-fi e tomadas USB para carregamento de smartphones, havendo ainda iluminação ambiente ajustável para viagens mais relaxadas. A utilização do Moia Concept – inicialmente, 200 unidades serão colocadas em ação na cidade alemã de Hamburgo – será possível através de uma aplicação de smartphone a partir da qual o cliente poderá reservar e pagar o serviço. Aproveitando as possibilidades que a conectividade vem trazendo, esta aplicação irá mostrar quantos carros estão disponíveis e qual o custo da viagem. Um algoritmo irá depois agregar os passageiros por grupos de acordo com os seus destinos ou percursos de forma a completar a lotação de cada veículo e evitar desvios. Por enquanto, a condução autónoma ainda não faz parte dos atributos do Moia Concept, contando este veículo com um condutor, ao qual uma aplicação específica dá as indicações dos passageiros a apanhar e informações de tráfego. Outro exemplo de mobilidade integrada inteligente é o protótipo Sedric (Self Driving Car), um veículo autónomo que serve de plataforma para desenvolvimento de ideias sobre deslocações seguras e convenientes, requisitado a partir de uma aplicação de smartphone.

Pedro Junceiro/Motor 24

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