Manifesto contra funcionamento da rede de carregadores

2019
18-07-2019

A UVE- Associação de Utilizadores de Veículos Elétricos emitiu um manifesto contra o estado da rede de carregamentos elétricos que diz não estar operacional a 100% e revela vários problemas, que urge resolver com o envolvimento de todos os intervenientes do sector.

Para esta associação, Portugal continua a ter uma "rede pouco fiável, com relatos frequentes de vários utilizadores que não conseguem carregar". Fala de instabilidade da rede pública de carregamento como uma realidade incontornável. Defende que é urgente um contrato de manutenção corretivo e evolutivo (com o gestor tecnológico) com níveis de SLA (Acordo de Serviços) específicos para que estas situações não ocorram.

Também sugere que a infraestrutura de backoffice e comunicações deve ser atualizada para um padrão tecnológico de alta disponibilidade e redundância de serviços, considerando que "estes serviços não podem sucumbir com a carga de pedidos de gestão ou informação, agravado pelo facto da sua API (Interface de Acesso) online estar ainda aberta sem segmentação e que a situação atual da rede é insustentável".

Os utilizadores de veículos elétricos exigem respostas de todos os envolvidos neste processo, desde a EDP Distribuição, a entidades de aprovação e certificação, operadores de postos, comercializadores de energia, gestor de rede (Mobi.E), gestor tecnológico (Ceiia) e ministério da tutela e prometem fazer chegar o documento "Manifesto- O Estado da Rede" abordando o que consideram ser os aspetos essenciais para resolução dos conflitos existentes no funcionamento da Rede Pública de Carregamento e exigindo respostas concretas para resolução de um dos pontos que consideram basilares na evolução da Mobilidade Elétrica.

A UVE afirma estar disposta ao diálogo com todos os atores com responsabilidade nesta matéria e lembra palavras proferidas pelo ministro do Ambiente, a 8 de agosto de 2016, aquando da inauguração do primeiro corredor de Postos de Carregamento Rápido (PCR) de Portugal, quando João Matos Carreira terá declarado que "até ao final do ano, será possível, em todo o país, que nos possamos deslocar em veículos elétricos, porque haverá postos de carregamento rápido em todo o país. Será possível viajar de Viana do Castelo até ao Algarve e nos dois eixos para o interior, na A25, que liga Aveiro a Vilar Formoso, e na A23, desde Torres Novas até à Guarda" e terá acrescentado que "até ao final do próximo ano, cada sede de concelho terá, pelo menos, um posto de carregamento. Para isso, o Estado tem de contribuir de forma decisiva para que exista uma rede pública de carregamento que permita que, dentro de muito pouco tempo, se possa utilizar, com igual grau de fiabilidade, um veículo elétrico ou um veículo que não é elétrico".

Palavras que levam esta Associação de Utilizadores de Veículos Elétricos a afirmar que a situação atual atingiu um limite tal, que os avanços conseguidos desde 2016 não são suficientes para equilibrar a balança, considerando ser fundamental que os utilizadores de veículos elétricos tenham respostas públicas e concretas para os problemas que denuncia.

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