64% dos portugueses querem substituir gradualmente o carro pela bicicleta

2022
28-06-2022

A maioria dos portugueses assume que vai trocar o seu automóvel particular pela bicicleta nos próximos anos e só não admitem transitar já por três motivos principais: falta de ciclovias, distâncias demasiado longas,e o perigo que representam os automobilistas

Cerca de 64% dos portugueses querem substituir gradualmente o seu automóvel pela bicicleta. Desses, a maioria (55%) assume que vai mesmo fazê-lo nos próximos anos. O atraso na mudança deve-se a três causas indentificadas: o perigo causado pelos automobilistas, a falta de ciclovias e as distâncias demasiado longas . A conclusão é de um estudo da aplicação portuguesa Fixando   que liga clientes a especialistas de todas as áreas. Foi realizado entre 25 e 30 de maio a 827 inquiridos utilizadores desta plataforma e divulgado na publicação digital Ambiente Magazine.

No inquérito, efetuado a propósito do Dia Mundial da Bicicleta, que se assinalou a 3 de junho, 31% dos inquiridos afirmou utilizar frequentemente a bicicleta, com 70% a assumir fazê-lo de forma lúdica e apenas 30% a utilizá-la para deslocações.

Segundo o estudo, este meio de transporte ainda não é o eleito para as deslocações habituais: “56% teme o perigo causado pelos carros, 45% sublinha a ausência de ciclovias suficientes para garantir segurança, enquanto outros 45% assumem que as distâncias ainda são demasiado longas”. 

Segundo Alice Nunes, diretora de Novos Negócios da Fixando, “apesar do crescimento das ciclovias em número e em utilização, estas continuam a ser francamente insuficientes para que a transição para este meio de transporte registe números mais expressivos”.

No que toca às crianças, “a esmagadora maioria dos inquiridos – 89% – acredita ser fundamental que estas aprendam cedo a andar de bicicleta”. No entanto, “35% considera inseguro que as crianças se desloquem de bicicleta para a escola ou para outras atividades”. Apesar desta preocupação, “apenas 31% revelou conhecer a existência de aulas de bicicleta” e só “27% consideraria participar nas mesmas”, assinalou o estudo.

A app Fixando assinala com otimismo o aumento do número de ciclistas, traduzido no crescimento de serviços desta área, que registaram um aumento da procura de 57% em maio, face ao mês anterior.

“Este ano apostámos nos serviços de aluguer, aulas e oficinas para bicicletas, pois são necessidades cada vez mais presentes no mercado, fruto não só do aumento do preço dos combustíveis, mas também da preocupação em optar por meios de transporte mais sustentáveis, com o objetivo de contribuir positivamente para a transição climática”, concluiu Alice Nunes, em declarações à Ambiente Magazine.

 

 

Rute Coelho

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