
Ford quer produzir mais de 2 milhões de elétricos em 2026

A uma taxa anual de produção de 600.000 veículos elétricos até final do próximo ano, a fabricante norte-americana quer superar os 2 milhões no final de 2026.
Os objetivos ambiciosos e de descarbonização são parte do plano Ford+. A fabricante-norte-americana espera uma taxa de crescimento anual para o segmento dos veículos elétricos superior a 90% até 2026, mais do dobro do crescimento global previsto para a indústria. A taxa anual de produção será de 600.000 veículos elétricos (VE) até final de 2023 e superior a dois milhões no final de 2026, segundo o comunicado da Ford.
Para atingir essas metas, a Ford já adquiriu aproximadamente 70% da capacidade de baterias de que necessita para suportar uma taxa global anual de mais de 2 milhões de VE até finais de 2026.
A Ford e a CATL - o maior produtor mundial de baterias - assinaram um memorando de entendimento separado, não vinculativo, para explorar uma cooperação para o fornecimento de baterias nos mercados da companhia norte-americana em toda a China, Europa e América do Norte.
A companhia anunciou ainda que vai investir mais de 50.000 milhões de dólares em VE até 2026. E pretende que mais de metade da sua produção global até 2030 seja de modelos elétricos por forma a atingir a neutralidade carbónica a nível mundial o mais tardar em 2050, destaca o comunicado.
A fabricante norte-americana planeia atingir uma taxa de 600.000 elétricos a nível global o mais tardar em 2023 com base nos seguintes modelos: 270.000 Mustang Mach-E para a América do Norte, Europa e China; 150.000 F-150 Lightning para a América do Norte; 150.000 Transit VE para a América do Norte e Europa; e 30.000 unidades de um novo SUV para a Europa, cuja taxa de produção aumentará
significativamente em 2024.
Para conseguir estes níveis altos de produção, a Ford está a acrescentar à sua carteira de produtos químicos células produzidas com base em fosfato de lítio de ferro (LFP), juntamente com as atuais soluções químicas de níquel cobalto manganês (NCM). Isto permite criar "maior capacidade para produtos de alta procura e proporciona aos clientes muitos anos de operação com perdas mínimas de autonomia", garante a fabricante norte-americana. "Também reduz a dependência de matérias-primas mais críticas e escassos como o níquel, trazendo consigo, a custos correntes, uma poupança de 10 a 15% na fatura de materiais da Ford, face às baterias de NCM".
A companhia confirmou ter assegurado 100% da capacidade anual necessária de células de bateria - 60 gigawatts-hora (GWh) - para apoiar esta taxa de 600.000 VE, ao trabalhar com as principais empresas de baterias de todo o mundo.
Ford Europa em linha para se tornar 100% elétrica em 2035
Na Europa, a fábrica da Ford de Niehl, em Colónia, Alemanha, está atualmente a sofrer grandes atualizações em termos de construção, preparando-se para a produção de veículos elétricos no início em 2023. No processo inclui-se a construção de um novo edifício de 2.500 metros quadrados que será a base da nova e eficiente linha de pré-cobertura de cinco camadas.
Para além disso, as atuais instalações de fabrico serão atualizadas com novas soluções energeticamente mais eficientes que permitirão uma redução em mais de 2.000 toneladas de CO2 e uma poupança superior a 2.600 MWh em energia elétrica, por ano, segundo o comunicado da Ford.
Espera-se que o primeiro veículo elétrico de passageiros venha a sair da linha de produção de Colónia para o próximo ano, fabricando-se um segundo modelo VE a partir de meados de 2024. A companhia pretende também que o nível de produção anual na nova fábrica atinja os 200.000 veículos por ano.
A remodelação da fábrica de Niehl "representa um passo significativo para ajudar a Ford a alcançar um futuro totalmente elétrico na Europa e contribui para o seu objetivo de se tornar, até 2035, neutra em carbono em toda a sua pegada europeia de instalações, logística e fornecedores".
Rute Coelho