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Colaboração entre municípios e empresas é essencial para avançar na mobilidade sustentável

Melhorar os transportes públicos, aumentar incentivos para formas mais leves de deslocação e criar regulação para a entrega de encomendas nas cidades são aspetos considerados essenciais.

Colaboração entre municípios e empresas é essencial para avançar na mobilidade sustentável

Trocar o carro pela bicicleta, trotinete ou simplesmente por caminhadas a pé é o grande desafio que cada vez mais cidades colocam aos seus cidadãos. Porém, para que residentes e trabalhadores possam fazer a transição para meios de mobilidade suave, é preciso apostar na melhoria dos transportes públicos, consideram os peritos que marcaram presença no debate “Oportunidades e dilemas na transição para novos modelos de mobilidade”. A mesa-redonda moderada pela diretora do Dinheiro Vivo, Joana Petiz, contou com Miguel Eiras Antunes, da Deloitte, Silvia Casorrán Martos, vice-arquiteta-chefe do município de Barcelona, e Dany Nguyen-Luong, diretor do Departamento de Mobilidade e Transporte do L’Institut Paris Region.

“Existe necessidade de avançarmos mais depressa em direção à mobilidade elétrica”, considera o consultor da Deloitte, que aponta o conceito da cidade dos 15 minutos como um exemplo que mais metrópoles devem seguir. “Em Paris vemos grandes projetos para remover os carros da cidade”, acrescenta. O desafio, acredita, passa por “garantir formas de mobilidade para todos”, em particular os mais idosos e as crianças, e defende que as empresas devem ter um papel central nesta alteração de paradigma incentivando os seus trabalhadores a alterar hábitos de transporte.

Silvia Casorrán Martos explica que em Barcelona são cada vez mais as pessoas que optam por “andar a pé ou de bicicleta” para o local de trabalho e para a escola. Aliás, diz mesmo que “os mais novos sentem que não precisam” de um automóvel e que mesmo nas gerações mais velhas, entre os 40 e 50 anos, há quem comece a “vender os carros antigos e a não comprar novos”. “Nas cidades já não precisamos de carros. Só precisamos quando vamos para fora ou de férias e aí podemos alugar”, afirma.

Para Dany Nguyen-Luong, é importante que os empregadores “trabalhem de perto com as autoridades de transporte” para diminuir os picos de procura por transportes públicos, garantindo que esta se assume como a melhor opção para as deslocações nas metrópoles. É preciso garantir, defende, “preços mais baixos” para pessoas com menos rendimentos, bem como aumentar a acessibilidade para quem tem mobilidade reduzida. Só assim, garante, será possível que todos adiram.

Municípios devem repensar urbanismo

Trabalhar um urbanismo mais “sustentável e inclusivo” deve ser uma prioridade para o poder local, que deve “liderar pelo exemplo” em questões como a diminuição da construção dentro das cidades. “Se fosse autarca, começaria por fazer adaptações aos edifícios públicos para dar o exemplo”, aponta Miguel Eiras Antunes. Por outro lado, é “preciso ter visão” e fomentar a colaboração não só entre empresas e municípios, mas também entre o poder autárquico regional. “Se temos centenas de cidades em Portugal e apenas três ou quatro o fizerem, não vamos conseguir fazer nada. Precisamos de escala”, detalha.  

Um dos grandes problemas na gestão das cidades modernas prende-se, sublinha Silvia Casorrán Martos, com a entrega de encomendas nos centros urbanos. Em Barcelona, “as entregas representam 30% do tráfego e 40% das emissões”. É, por isso, necessário regular a área da distribuição, com especial foco na última milha, levando as empresas do sector a eletrificar as suas frotas para diminuir o impacto no meio ambiente. Por outro lado, acrescenta, é preciso que exista também uma mudança na forma como os consumidores olham para as entregas. “Se for gratuito levantarmos a encomenda na loja e tivermos de pagar um extra para que ela seja entregue em casa, talvez isso possa funcionar como um incentivo à mudança”, exemplifica, apelando a que os operadores implementem medidas para alterar o paradigma.

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