SATU e LIOS prontos a avançar em Oeiras até final do ano

Mobi Entrevistas
29-07-2025

Estes são projetos inseridos no plano de mobilidade de Oeiras que fazem parte do chamado “Cardinal da Mobilidade” que inclui ainda obra no terminal ferroviário e o futuro BRT na A5. A mobilidade está sob responsabilidade da Parques Tejo, empresa municipal responsável por desenvolver, implementar e gerir sistemas e soluções integradas ao nível da logística urbana e estacionamento urbano, além de prestar serviços de transporte público urbano de passageiros no concelho.

SATU e LIOS são considerados projetos prioritários para o concelho de Oeiras por Rui Rei, presidente da Parques Tejo por permitirem ligações mais rápidas, limpas e sustentáveis aos concelhos vizinhos. Concluídos os estudos de traçado, garante que a autarquia está em condições de lançar os respetivos concursos publicados até final do ano, apenas aguarda luz verde do governo sobre o modelo de  financiamento das obras.

Estas serão as soluções para melhorar a ligação a Sintra, mas também a Lisboa e Amadora.

O SATU, abreviatura de Sistema Automático de Transporte Urbano, começou por ser pensado como linha de metro ligeiro automatizado, sem condutor, para ligar Paço de Arcos ao Oeiras Parque, mas atualmente a reativação do projeto por parte da autarquia, tornou-o um sistema de metrobus ou BRT (Bus Rapid Transit), com autocarros elétricos em vias exclusivas e neste domínio, Rui Rei assegura que os estudos de traçado estão feitos e o concelho está em condições de avançar, “em primeiro lugar com o SATU, que liga Paço d'Arcos a Sintra e que passará por em todo este território, desde Paço d'Arcos,  Oeiras,  Porto Salvo e que chegará ao TagusPark e ao Lagoas Park para servir toda a população que mora e que trabalha dentro do concelho.

O presidente da Parques Tejo garante que para este projeto já existe o acordo “inclusivamente do Governo para ligar a Sintra e que todos os estudos demonstram  que dois terços da procura vêm desse concelho vizinho. Portanto, estamos a falar de um projeto que tem cerca de 15 estações, 9 km e meio e esse é o grande objetivo. É finalmente desencalhar este projeto que é um corredor muito útil e que permitirá no futuro, quando se fizer o BRT na A5, a ligação a este corredor.

Na prática, significa que nesta altura, o  SATU pode avançar a qualquer momento, num processo de concessão-construção e, dado os fundos que estão disponíveis, nós teríamos condições de o ter pronto em 2029-2030, dependendo do instrumento financeiro que for escolhido para o financiar.”

Se o Governo entretanto aprovar o financiamento deste projeto, (porque quer o Governo da República, quer a câmara de Lisboa já disseram que é absolutamente estratégico para a zona metropolitana), Rui Rei assegura que “ se amanhã dissesse que estamos em condições de financiar, nós lançaríamos o concurso de concessão-construção até ao fim do ano e assim, no próximo ano poderíamos começar e entrar em obra e a seguir entrar em operação.”

Em paralelo, o município também garante ter condições de avançar com o LIOS, Transporte Rápido Lisboa-Oeiras, projeto avaliado em 90 milhões de euros, discutido há mais de 40 anos mas reformulado para ter uma frequências de 5 em 5 minutos, nas ligações de Oeiras à Amadora e também a Lisboa.

Rui Rei adianta que numa primeira fase “será um corredor dedicado a transporte público na ligação a Alcântara e Benfica, mas posteriormente teria também ligação à Amadora e à Reboleira e será uma ligação muito importante para toda esta zona, em especial  desde o Vale do Jamor à zona de Algés,  Miraflores, de Linda-a-Velha e Carnaxide, pois todo esse território que hoje é menos servido por transportes públicos  passaria a ser muito bem servido e em 10 minutos, ou 12 minutos, as pessoas estariam no centro da capital e o inverso seria verdadeiro.”

Além de permitir poupar cerca de 8 horas por mês em transporte público, o que no seu entender seria algo extraordinário para a qualidade de vida das pessoas, ou seja, permitirá reduzir em 35% do tempo de deslocação face aos tempos médios atuais, sendo que a autarquia prevê que este novo sistema deverá entrar em operação em 2028, frisa ainda que “isto já foi apresentado também há duas semanas pelas câmaras de Oeiras e Lisboa, com os autarcas, Isaltino Moraes e Carlos Moedas e é de facto, o que temos em cima da mesa, que o governo assumiu que haveria dinheiro e que iria ser financiado.  A seguir, é aquela velha máxima de que não há fome que não dê em fartura, não é?  Na realidade, andamos anos a discutir esta situação e de repente poderemos até vir a executar estas duas obra.

Este responsável sublinha que o LIOS tem financiamento aprovado e agora, é só uma questão de, entre Oeiras, Lisboa e a Carris, lançar o programa base e em seguida, o concurso de concessão à construção. Portanto, diria que no próximo ano estaremos em condições de ter ainda mais novidades e afinar os prazos, mas em termos públicos foi assumido que até 2029 este processo tinha que estar pronto  e a funcionar.”

O que Oeiras chama de LIOS em tudo é semelhante ao BRT, ou Metrobus, que é um espaço canal onde vão circular veículos elétricos rodoviários de passageiros elétricos, mas no fundo, afirma Rui Rei, “ isto que estamos a dizer,  é absolutamente a mesma coisa, o mesmo sistema.”

Depois do SATU e do LIOS, Oeiras quer ter BRT na A5 e o presidente da Parques Tejo  adianta que tal possibilidade ainda está a ser discutida com a concessionária, mas “a Brisa está aberta à ideia e o governo já tinha lançado o ano passado uma fase importante, que é a abertura da discussão da concessão, o que significa que não são só os municípios de Oeiras, Cascais e Lisboa que defendem que o alargamento da autoestrada deve ser feito para transportes públicos e não para transporte individual.”

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