
SATU e LIOS prontos a avançar em Oeiras até final do ano
Estes são projetos inseridos no plano de mobilidade de Oeiras que fazem parte do chamado “Cardinal da Mobilidade” que inclui ainda obra no terminal ferroviário e o futuro BRT na A5. A mobilidade está sob responsabilidade da Parques Tejo, empresa municipal responsável por desenvolver, implementar e gerir sistemas e soluções integradas ao nível da logística urbana e estacionamento urbano, além de prestar serviços de transporte público urbano de passageiros no concelho.
SATU e LIOS são considerados projetos prioritários para o concelho de Oeiras por Rui Rei, presidente da Parques Tejo por permitirem ligações mais rápidas, limpas e sustentáveis aos concelhos vizinhos. Concluídos os estudos de traçado, garante que a autarquia está em condições de lançar os respetivos concursos publicados até final do ano, apenas aguarda luz verde do governo sobre o modelo de financiamento das obras.
Estas serão as soluções para melhorar a ligação a Sintra, mas também a Lisboa e Amadora.
O SATU, abreviatura de Sistema Automático de Transporte Urbano, começou por ser pensado como linha de metro ligeiro automatizado, sem condutor, para ligar Paço de Arcos ao Oeiras Parque, mas atualmente a reativação do projeto por parte da autarquia, tornou-o um sistema de metrobus ou BRT (Bus Rapid Transit), com autocarros elétricos em vias exclusivas e neste domínio, Rui Rei assegura que os estudos de traçado estão feitos e o concelho está em condições de avançar, “em primeiro lugar com o SATU, que liga Paço d'Arcos a Sintra e que passará por em todo este território, desde Paço d'Arcos, Oeiras, Porto Salvo e que chegará ao TagusPark e ao Lagoas Park para servir toda a população que mora e que trabalha dentro do concelho.
O presidente da Parques Tejo garante que para este projeto já existe o acordo “inclusivamente do Governo para ligar a Sintra e que todos os estudos demonstram que dois terços da procura vêm desse concelho vizinho. Portanto, estamos a falar de um projeto que tem cerca de 15 estações, 9 km e meio e esse é o grande objetivo. É finalmente desencalhar este projeto que é um corredor muito útil e que permitirá no futuro, quando se fizer o BRT na A5, a ligação a este corredor.
Na prática, significa que nesta altura, o SATU pode avançar a qualquer momento, num processo de concessão-construção e, dado os fundos que estão disponíveis, nós teríamos condições de o ter pronto em 2029-2030, dependendo do instrumento financeiro que for escolhido para o financiar.”
Se o Governo entretanto aprovar o financiamento deste projeto, (porque quer o Governo da República, quer a câmara de Lisboa já disseram que é absolutamente estratégico para a zona metropolitana), Rui Rei assegura que “ se amanhã dissesse que estamos em condições de financiar, nós lançaríamos o concurso de concessão-construção até ao fim do ano e assim, no próximo ano poderíamos começar e entrar em obra e a seguir entrar em operação.”
Em paralelo, o município também garante ter condições de avançar com o LIOS, Transporte Rápido Lisboa-Oeiras, projeto avaliado em 90 milhões de euros, discutido há mais de 40 anos mas reformulado para ter uma frequências de 5 em 5 minutos, nas ligações de Oeiras à Amadora e também a Lisboa.
Rui Rei adianta que numa primeira fase “será um corredor dedicado a transporte público na ligação a Alcântara e Benfica, mas posteriormente teria também ligação à Amadora e à Reboleira e será uma ligação muito importante para toda esta zona, em especial desde o Vale do Jamor à zona de Algés, Miraflores, de Linda-a-Velha e Carnaxide, pois todo esse território que hoje é menos servido por transportes públicos passaria a ser muito bem servido e em 10 minutos, ou 12 minutos, as pessoas estariam no centro da capital e o inverso seria verdadeiro.”
Além de permitir poupar cerca de 8 horas por mês em transporte público, o que no seu entender seria algo extraordinário para a qualidade de vida das pessoas, ou seja, permitirá reduzir em 35% do tempo de deslocação face aos tempos médios atuais, sendo que a autarquia prevê que este novo sistema deverá entrar em operação em 2028, frisa ainda que “isto já foi apresentado também há duas semanas pelas câmaras de Oeiras e Lisboa, com os autarcas, Isaltino Moraes e Carlos Moedas e é de facto, o que temos em cima da mesa, que o governo assumiu que haveria dinheiro e que iria ser financiado. A seguir, é aquela velha máxima de que não há fome que não dê em fartura, não é? Na realidade, andamos anos a discutir esta situação e de repente poderemos até vir a executar estas duas obra.
Este responsável sublinha que o LIOS tem financiamento aprovado e agora, é só uma questão de, entre Oeiras, Lisboa e a Carris, lançar o programa base e em seguida, o concurso de concessão à construção. Portanto, diria que no próximo ano estaremos em condições de ter ainda mais novidades e afinar os prazos, mas em termos públicos foi assumido que até 2029 este processo tinha que estar pronto e a funcionar.”
O que Oeiras chama de LIOS em tudo é semelhante ao BRT, ou Metrobus, que é um espaço canal onde vão circular veículos elétricos rodoviários de passageiros elétricos, mas no fundo, afirma Rui Rei, “ isto que estamos a dizer, é absolutamente a mesma coisa, o mesmo sistema.”
Depois do SATU e do LIOS, Oeiras quer ter BRT na A5 e o presidente da Parques Tejo adianta que tal possibilidade ainda está a ser discutida com a concessionária, mas “a Brisa está aberta à ideia e o governo já tinha lançado o ano passado uma fase importante, que é a abertura da discussão da concessão, o que significa que não são só os municípios de Oeiras, Cascais e Lisboa que defendem que o alargamento da autoestrada deve ser feito para transportes públicos e não para transporte individual.”