
Candidatos do Porto questionados sobre mobilidade urbana

A urgência de intervenção no espaço público da cidade levou a associação, Campo Aberto e a associação pela mobilidade urbana em bicicleta, a MUBI, a questionar todas as candidaturas ao executivo municipal do Porto nas próximas eleições autárquicas, sobre propostas desenvolvidas no seio do coletivo Justiça Climática, como contribuição para o Plano Municipal de Ação Climática do Porto, proposto pelo atual executivo municipal, mas dos que entram na corrida ao voto de dia 12 de outubro, apenas 3 dos 12 candidatos responderam ao inquérito.
No diagnóstico pedido aos candidatos sobre o espaço urbano da cidade do Porto, as associações Campo Aberto e MUBI incidiram nas questões sobre o ambiente urbano, mobilidade, espaços verdes, energia, qualidade de vida, entre outras propostas relacionadas, mas receberam respostas apenas de 3 das 12 forças políticas. PS, Livre e Volt, pronunciaram-se mas as restantes 9 candidaturas nem sequer responderam.
Entre as nove questões colocadas, destaque para a mobilidade ativa e sustentável, onde apresentam a criação de um sistema intermunicipal de bicicletas partilhadas, com integração tarifária no Andante; a criação de uma rede estruturante de percursos seguros para a utilização da bicicleta, corrigindo troços da rede existente e criando novos troços, de modo a ser mais atrativo e seguro o uso da bicicleta nas diferentes zonas da cidade e municípios vizinhos.
Para melhorar as condições pedonais e cicláveis, o Livre propõe uma mudança de paradigma nos modos de deslocação e para substituir o recurso ao carro pelo andar a pé, pretende reconfigurar o desenho do espaço urbano, com um “Plano Diretor Ciclável”, através da expansão das ciclovias, com vista à criação de uma verdadeira rede ciclável, com 100 kms; vias segregadas e interligadas à escala intermunicipal; criação de uma rede de bicicletários municipais e bicicletas partilhadas, bem como reduzir limites de velocidade de circulação automóvel dentro da cidade para 30 a 20 km/h. Esta ultima ideia é também defendida pelo Volt.
Já o PS quer um sistema integrado de transporte público, que assegure circuitos de proximidade e ligação rápida entre autocarros, metro, elétricos, comboio e transporte fluvial em toda a cidade e a qualquer hora, incluindo horários noturnos, procurando reduzir as distâncias dos transbordos, bem como ampliar a rede de corredores Bus para 200 km até final de mandato, para além do reforço da fiscalização e autuação automática de violações das vias reservadas. É ainda proposto o estudo da revisão dos trajetos e alargamento da rede de transportes públicos, para maior frequência e eficiência intermodal, à luz da expansão da rede Metro, do MetroBus e da UNIR.
Os socialistas querem ainda incluir o sistema de partilha de bicicletas nos passes multimodais e incentivar assim a intermodalidade entre comboios urbanos, metro, autocarros e a bicicleta, propondo também estacionamentos seguros nas interfaces, lugares reservados nos veículos e bilhética integrada. Neste domínio, o VOLT acrescenta a necessidade de melhorar estacionamentos de bicicletas nas estações intermodais, nos parques subterrâneos e nos bairros residenciais, onde moradores queiram fazer o último quilómetro, e usar o transporte público, com integração da modalidade no cartão Andante.
O inquérito inclui ainda outros temas relacionados com o ambiente urbano e espaços verdes, desde um plano de arborização, biodiversidade, estudo de impermeabilização do território, medidas de economia circular e gestão de residuos.