João Neves:"Há condições para Portugal estar na crista da onda desta mudança tecnológica"

2022
30-09-2022

O secretário de Estado da Economia enalteceu o potencial de transformação que Portugal tem no setor automovél e nas fontes de energia para vencer a transição energética, na abertura do Mobi Show, no Hub Criativo do Beato.

Não é de agora. Em cada período da História são as mudanças nas fontes de energia que impulsionam grandes transformações na organização das sociedades. Foi assim com a Revolução Industrial e está a ser assim hoje: “as inovações tecnológicas em torno da transição energética vão dar origem a um novo paradigma”, disse o secretário de Estado da Economia, João Neves, hoje, na sessão de abertura do Mobi Show, no Hub Criativo do Beato.

O governante lembrou que se é verdade que a aposta em fontes de energia alternativas e na descarbonização da sociedade já era uma estratégia clara do Executivo, “a conjuntura atual de guerra e de crise energética veio tornar absolutamente crítica a aceleração desse caminho”, pelo que “qualquer atraso e hesitação nesta matéria pode prejudicar a reposta à evolução dos custos de energia”, assumiu.

A este propósito, João Neves considerou que é verdade que temos problemas para resolver, mas Portugal tem muitas oportunidades para fazer uma transformação da sua economia. “Temos um terço da nossa capacidade exportadora à volta do setor automóvel e da indústria de componentes”, acrescentando que as empresas portuguesas ou cá instaladas têm capacidade para fazer a transformação necessária rumo à economia verde.

Por isso, considerou mesmo que “há condições para que Portugal esteja na crista da onda desta mudança tecnológica”.

Do lado do Governo, o secretário de Estado assumiu que os instrumentos de políticas públicas para apoiar essa mudança estão e vão favorecer os investimentos apresentados por consórcios, nomeadamente no âmbito dos fundos do PRR( Plano de Recuperação e Resiliência).

No final da sua intervenção, o governante apelou também a uma mudança dos consumidores para preferirem consumir de forma mais sustentável, a começar pelos meios de transporte. Mas, disse, “a nova mobilidade é muito mais do que mudar um carro a combustaão por um elétrico”. É também ter veículos conectados e estarmos todos conectados, com menos soluções individuais e mais mobilidade partilhada.

“Este é um desafio de natureza muito abrangente e acredito que temos todas as condições para que seja bem sucedido”, concluiu.

Artigos relacionados

BMW avança para hidrogénio após uma década de experiência elétrica

Nações africanas querem aumento da produção dos combustíveis fósseis

Paris Marx: A tecnologia não resolve problemas políticos