Revolução da mobilidade: a tempestade perfeita no universo das seguradoras

2022
28-09-2022

Miguel Abecassis, administrador da Fidelidade, lembrou na sessão de abertura do Portugal Mobi Summit os desafios e oportunidades que a transformação da mobilidade trará às seguradoras nos próximos 15 anos.

"A mobilidade sustentável é, simultaneamente, um obstáculo e uma fonte de oportunidades para as seguradoras", afirmou Miguel Abecassis, administrador da Fildelidade, ao iniciar a sua intervenção no Portugal Mobi Summit. A revolução que a mobilidade vive - e que se vai intensificar nos próximos 15 anos - representa para as seguradoras uma "tempestade perfeita". Fruto da evolução tecnológica e do aparecimento de novos meios de mobilidade o mercado associado ao ramo automóvel será, dentro de pouco mais de uma década, "mais pequeno, menos rentável e mais competitivo", referiu Miguel Abecassis.

Além de funcionar como "porta de entrada" para a relação com novos clientes, sejam eles privados ou empresas, o ramo automóvel é hoje responsável pela parte de leão no volume de negócios das seguradoras. No futuro, a inovação tecnológica produzirá veículos mais seguros que conduzirão a uma redução da sinistralidade e, por consequência, a uma menor necessidade de um seguro que hoje é obrigatório. Miguel Abecassis traçou, em linhas gerais, o retrato da mobilidade em 2035:  75% dos veículos estarão equipados com tecnologias de automação de nível 2 a 4, o que irá reduzir as hipóteses de erro humano - responsável pr 98% dos acidentes - 15% do tráfego urbano será feito com recurso a plataformas on demand e as seguradoras dividirão o mercado com novos players como os construtores de automóveis, as plataformas de mobilidade e os gestores de frota. 

"Na Fidelidade vemos esta transformação não como uma ameaça mas como uma oportunidade", garantiu Miguel Abecassis. Não só poderão surgir novas naturezas de risco (associadas à tecnologia), que venham mitigar a redução de mercado, como há também uma aposta em novas parcerias e na procura da inovação, segurança e sustentabilidade. "As necessidades dos clientes têm de ser abordadas de forma integrada", sublinhou Miguel Abecassis, para quem o negócio da mobilidade sustentável deve ser trabalhado em conjunto com os diferentes parceiros que intervêm neste novo paradigma de mobilidade, como forma de adaptação à nova realidade e às necessidades que lhe estão associadas. 

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