
Portugal Mobi Summit avança 'rumo a um mundo net zero'

Seis anos depois, o PMS2023 faz o balanço do que mudou na mobilidade e antecipa tudo o que está para vir, daqui até à Grande Cimeira de outubro.
Desde a primeira edição do Portugal Mobi Summit, em 2018, o país e o mundo viajaram a grande velocidade para tornar a mobilidade mais sustentável. Ainda falta chegar aos aviões e aos navios, mas já está em marcha o início de uma transformação inédita em todos os meios de transporte, com vista a alcançar a neutralidade carbónica até 2050 e minimizar o impacto das alterações climáticas.
'Rumo a um Mundo Net Zero' é justamente o mote do PMS2023, a iniciativa do Global Media Group e da EDP, que agora começa. O maior evento de mobilidade urbana do país vai promover debates, entrevistas e reportagens em torno dos desafios da mobilidade sustentável, da transição energética, da inovação e de uma gestão urbana promotora de cidades mais amigas das pessoas e do ambiente. Daqui até à realização da cimeira internacional, a 26 e 27 de outubro, na Nova SBE.
Ao longo das últimas cinco edições muito mudou no mundo. Atravessámos uma pandemia e enfrentamos uma guerra na Europa, com consequências diretas na mobilidade, no acesso à energia e no seu custo. O modo elétrico deixou de ser um nicho residual em Portugal e ganhou uma quota de mercado, que já ronda os 10% nas vendas de veículos, a crescerem em torno dos 90%. Tanto que o Governo se prepara para deixar de conceder incentivos à aquisição.
A rede de carregamento passou de uma das mais pobres do espaço europeu para uma das que mais cresce, com mais de 6 mil postos disponíveis.
No campo da transição energética, os investimentos feitos nos últimos anos em energias renováveis estão a dar frutos e continuam a surpreender, com Portugal a ser o quinto país da UE com maior peso das energias renováveis no seu consumo. O bom andamento do setor energético levou, aliás, o Governo a antecipar a meta da neutralidade carbónica fixada no Acordo de Paris.
Para além dos bons indicadores na energia solar, a grande aposta do Governo e dos operadores privados é, agora, a produção de energia eólica e, muito em particular, off-shore. Tão ou mais importantes são os investimentos e o potencial apontado para a produção e distribuição de hidrogénio em Portugal, dada a sua situação geoestratégica.
Clientes para o hidrogénio 'made in Portugal' não deverão faltar. No país já circulam autocarros movidos a hidrogénio em municípios como Cascais ou Porto. E, a médio prazo, os setores da aviação e da navegação serão clientes. A União Europeia acabou de fixar percentagens mínimas de utilização de combustíveis sintéticos para as companhias aéreas, já nos próximos anos, rumo à neutralidade carbónica em 2050. E na indústria marítima, para além da opção hidrogénio, os investimentos estão a concentrar-se na energia eólica como fonte propulsora.
É todo este universo de desafios inovadores que marca o PMS2023, com a parceria da Brisa, da Fidelidade e dos municípios de Cascais e de Lisboa, onde haverá uma iniciativa conjunta no âmbito da Semana Europeia da Mobilidade.