Carnaxide inaugura Data Center Atlas Edge

A tecnológica inaugurou o Data Center anunciado há um ano para Carnaxide, como um investimento na ordem dos 500 milhões de euros que pode criar 600 postos de trabalho diretos e indiretos e ajudar o pais a ser o tal hub digital indispensável a uma mobilidade cada vez mais conectada.

A Atlas Edge é uma consultora tecnológica pan-europeia que detém cerca de 100 Data Centers em toda a Europa, quer tornar o projeto do concelho de Oeiras, num dos maiores centros europeus de recolha e armazenamento de dados, capaz de empregar 600 pessoas e servir todo o mundo.

Este investimento visa estabelecer um campus tecnológico que se tornará um hub digital global, com o primeiro edifício, LIS001 inaugurado agora, terça-feira, 28 de outubro.

O projeto utiliza energia 100% renovável e pretende tirar partido da localização estratégica de Lisboa, especialmente pela proximidade de Carcavelos, que é um ponto de chegada para vários cabos submarinos de fibra ótica.

De acordo com os promotores no seu lançamento, há um ano, a ideia é fornecer mais de 20 MW de capacidade de TI, o equivalente ao consumo de uma cidade de 20 mil habitantes, ou de uma industria de média dimensão e pretende criar 600 empregos quando estiver a laborar em pleno.

Mas este será a primeira etapa de um plano estratégico da AtlasEdge para Portugal, que prevê um investimento que pode ir até aos mil milhões nos próximos anos.

Na apresentação do projeto, em conjunto com a AICEP, há um ano, os promotores justificaram a opção de localização com o facto de ficar na proximidade de cabos de amarração, continental para permitir aos clientes tirar partido da porta de entrada submarina para África, América Latina e resto da Europa, fazendo de Lisboa um centro de conectividade internacional vital.

A aposta em Portugal também foi justificada com o facto de, “Lisboa se apresentar com um próspero panorama tecnológico de cidade, que alberga algumas das startups de crescimento mais rápido da Europa e um município que foi capaz de criar um mercado potencial em rápido crescimento, com uma forte procura de capacidade de data centers.”

Ainda de acordo com a empresa, este empreendimento não será só alimentado a 100% por energia renovável mas também  terá um sistema de desperdício zero de água e “à medida que for crescendo a sua instalação, é previsível que vá  recebendo clientes nos próximos três anos, o que levará à definição de um programa de expansão com opções significativas, pois será um mercado em crescimento significativo.”

A obra esteve a cargo da AgileEdge, numa parceria estratégica com a proprietária, que utilizou uma combinação de construção modular, construção tradicional no local e gestão inteligente da cadeia de abastecimento “para permitir o desenvolvimento rápido do projeto, com qualidade consistente”, adianta em comunicado.

Todas as instalações da AgileEdge são concebidas para suportar com flexibilidade implementações de alta densidade, em qualquer divisão e em qualquer bastidor, o que para o promotor é considerada uma inovação no setor.

Esta abordagem também minimiza o desperdício de construção e garante que os centros de dados da AtlasEdge são o mais eficientes possível em termos energéticos. Quando estiver totalmente operacional, será capaz de recuperar e reutilizar também 100% do calor residual.

Este investimento é apenas maus um do grupo que abrange agora 20 áreas metropolitanas diferentes em 13 países.

Só em 2024, a empresa anunciou novas unidades em Hamburgo e Leeds, bem como uma importante aquisição em Viena.

Este tipo de ligações são fulcrais para uma mobilidade cada vez mais conectada e um estudo divulgado pela AICEP revela que o sector dos DataCentrs pode valer 3,7 ,il milhões até 2031 e colocar Portugal como novo Hub Digital da Europa.

São algumas das conclusões do Market Outlook Data Centers Portugal 2025, o primeiro estudo completo sobre o mercado nacional de data centers realizado pela entidade nacional dedicada à promoção e desenvolvimento do ecossistema de data centers Portugal DC – Associação Portuguesa de Data Centers em parceria com a consultora europeia Pb7 Research.

A investigação revela igualmente que o setor, que já gerou 2.800 empregos diretos e indiretos em 2024, com 670 empregos induzidos, deverá criar mais de 9.400 postos de trabalho a tempo inteiro até 2031 e que o contributo para o PIB crescerá de €160 milhões para €3,7 mil milhões, refletindo o ritmo acelerado dos investimentos em infraestruturas digitais.