
Aviões já podem voar sozinhos há muito tempo
A tecnologia para aeronaves autónomas já existe há várias décadas e é usada na aviação comercial.O entrave à sua utilização está na legislação e no factor psicológico dos passageiros. Mas os testes com veículos autónomos e a tecnologia de aeronaves não tripuladas está em grande desenvolvimento. São conclusões do painel sobre o voo autónomo, no segundo dia do Portugal Mobi Summit.
“Se um dia os aviões forem capazes de voar totalmente sozinhos, e eu acredito que sim, a possibilidade de erro e de acidentes vai reduzir-se substancialmente”, disse José Correia Guedes, ex-comandante da TAP e escritor. “O problema é o fator psicológico”, alerta. Como é que se convencem as pessoas a voar a alta altitude, sabendo que não está ninguém aos comandos?.
Mas o comandante assume que a tecnologia para o voo autónomo já existe há muito tempo. "O piloto automático já existe há 60/70 anos e mesmo a aterragem de precsião automática também já existe há 40 anos".
"Ir de Lisboa a Nova Iorque em piloto automático não é novidade há décadas. E desde que foi introduzida a automação os acidentes diminuiram", admitiu. Mas a verdade é que ainda hoje as pessoas têm medo de andar de avião, lembrou.
A regulação, sobretudo na Europa, não está a caminhar nesse sentido tão rapidamente quanto alguns desejariam.
“A exceção acontece no meio militar, no qual os prazos são mais céleres e onde são autorizados testes e operações com veículos não tripulados a outra velocidade”, disse José Folhadela Furtado, business Development Manager da Eliot.
O gestor reconhece que existe um desafio grande para a aviação civil e que exige uma atenção redobrada com a cibersegurança, que é uma ameaça real.
Questionado sobre se é mais fácil convencer os reguladores ou os passageiros de aderir ao modo autónomo, José Furtado considera que existe resistência tanto num lado como noutro. E que este ainda é um caminho longo a percorrer. Nesta matéria de aeronaves não tripuladas, resumiu que “é preciso ter os pés assentes na terra”.
Mas o Eliot,a spinoff do CEiiA, aguarda a certificação da sua pequena aeronave não tripulada para fazer voos que ajudem a salvar vidas, transportando órgãos entre hospitais, por exemplo. E essa certificação vai fazer toda a diferença no desenvolvimento e consolidação do projeto, disse.
Carla Aguiar