“O PMS reflete uma preocupação concreta sobre a mobilidade em Portugal”

Conferências
22-09-2025

Sessão “Porquê o BRT – Bus Rapid Transit?” está a decorrer no Centro de Juventude de Braga, esta segunda-feira, no âmbito do Portugal Mobi Summit.

“Porquê o BRT – Bus Rapid Transit?”. É essa a questão que vai ser debatida, ao longo da manhã desta segunda-feira, no auditório do Centro de Juventude de Braga. Na sessão de boas vindas da conferência, Olga Pereira, presidente da Transportes Urbanos de Braga, congratulou Domingos Andrade, CEO da Notícias Ilimitadas, pelo facto de o Portugal Mobi Summit (PMS), “que é uma referência já nacional e internacional”, ter descentralizado e realizado a sessão sobre o BRT – também conhecido como Metrobus – fora das áreas de metropolitanas de Lisboa ou do Porto. Até porque, assegurou, a solução de transportes em causa “será transformadora da cidade de Braga”.
Para Domingos Andrade, o PMS continua a ser “tão importante para o país, porque reflete uma preocupação clara e concreta sobre aquilo que é a mobilidade em Portugal”. “Há quase uma década, pensámos nesta ideia de discutir a mobilidade. Hoje, continuamos com problemas muito parecidos com os que tínhamos há 10 anos. Nas grandes cidades, o transporte particular continua a superar, largamente, em 25%, o transporte público”, frisou o CEO da Notícias Ilimitadas.
Domingos de Andrade elencou, contudo, algumas das melhorias registadas nos últimos anos, como o facto de o número de carros que temos nas ruas haver diminuído, “porque hoje há uma nova atividade face à utilização de combustíveis fósseis, que não havia há 10 anos”. Daí a importância, no seu entender, da existência de eventos como o PMS, “para estarmos a discutir, permanentemente, o que devemos fazer”. “O negacionismo climático é algo que está presente nas nossas vidas, mais do que devia. Temos de persistir no combate a ideias feitas, que prejudicam a nossa vida e a vida dos nossos filhos. Isso é atingível? É, se insistirmos na mudança de comportamentos e alterarmos de forma profundamente decisiva a nossa locomoção”, realçou.
O BRT assume-se, precisamente, como uma alternativa, que já está a ser adotada por várias autarquias, de norte a sul do país. Os seus desafios estarão em debate, por isso, ao longo da manhã, por parte de autarcas e de especialistas. Mas se, em Portugal, o sistema de autocarros elétricos a circular em vias dedicadas é ainda uma realidade recente, o modelo tem provas dadas noutros locais. É o caso de Curituba, no Brasil, onde o mesmo foi criado, em 1974.
“Há mais de 50 anos, demos ao mundo um exemplo de inovação urbana. Era um novo modo de pensar a cidade. Inaugurámos a primeira linha expressa e começava ali a experiência que ganharia Mundo como BRT”, recordou na conferência Eduardo Pimentel, perfeito de Curitiba, numa intervenção gravada em vídeo. Atualmente, mais de cinco décadas depois, a cidade brasileira continua a apostar nesse modelo de transporte, modernizando-o e melhorando-o com, por exemplo, novas estações e terminais.

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